Descansado,
recostado na cadeira de madeira, esperava assim que chovesse. Realmente, já não
chovia há bastante tempo: três quinze dias, mais coisa menos coisa.
Corria-se
pelo país inteiro, que faltava água: o gado, de tanto castanho seco,
esquecera-se do verde.
Por estes
lados, passava-se a mesma coisa. Eram as batatas que não se podiam pôr, era o
trigo que não crescia, era o pessoal que não tirava as t-shirts e os bombeiros,
entretanto, enchiam de água os reservatórios das populações.
Pesquisou
naqueles sites de meteorologia que
dizem o tempo à semana e constatou, efetivamente, que ia chuviscar no sábado.
Os sóis em
ponto pequeno que preenchiam a tabela da meteorologia do tal site, indicavam que
até sexta ia fazer sol todos os lindos dias. Era quarta. Até que não faltava
muito – pensou. Desligou a Internet e fitou a imagem de fundo do computador
durante alguns segundos, uma espécie de “estagnamento” cerebral. Olhou para a
janela e levantou-se. Foi à casa de banho e enxaguou a cara com água fresquinha
e deitou-se de seguida.
Por razões
incógnitas às pessoas que não estudam essas coisas, o cérebro não o deixou
dormir por uns tempos. Ficou a pensar. A pensar em coisas. Montes delas: a
chuva, o sol, a água, a cama, o cérebro, sei lá…
Adormeceu.
No dia a
seguir esqueceu-se do tempo e da água.
Foi
trabalhar e cansou-se. Chegou, comeu pão com queijo e foi para o quarto.
Era algo
tarde quando adormeceu. Começou a chover.
Thibaut
Ferreira
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